Conto uma história de que a Astrologia me trouxe de volta a prática da escrita. Não que tivéssemos nos separado, mas fui uma criança solitária que escrevia livros, poemas, depois uma adolescente que gostava de jorrar sentimentos em blogs até que isso ficou estancado por uns anos. Quando comecei a estudar Astrologia, há nove anos atrás, escrevia sobre os signos, sobre os planetas, as mitologias e isso aconteceu quase que intuitivamente. Não tive um plano, não pensei se aquilo era bom, útil ou agradável (sdds não racionalizar tanto os movimentos), apenas escrevia e publicava em um blog e também no Facebook.
Foi nessas que fui convidada a escrever numa página de Astrologia que para as métricas de quase dez anos atrás podia ser considerada famosa e acho que foi quando comecei a fazer meu nome como astróloga. Escrevia o céu do dia de duas a três vezes por semana, de graça, e com muito prazer. Fui feliz. A fase da minha vida era horrível, mas a Astrologia era algo que eu seguia intuitivamente e me fazia feliz.
Foi quando decidimos começar a ler, interpretar e atender mapa astral das pessoas. Foi meio caótico. Digamos que iniciei minha vida de astróloga lendo mapa a três mãos. Tá passada? Sim. A página era um coletivo de três pessoas e interpretávamos juntas, de forma remota, e uma de nós atendia. Nunca concordaria com isso hoje, mas começos são começos. rs Curiosidades de percurso a parte, uma das coisas que a gente incluia no “combo” era um desenho personalizado do mapa feito por uma das astrólogas que é artista visual e eu ficava encarregade de escrever um texto sobre o mapa, um texto sobretudo poético.
Escrevia muito e era muito legal. Não sei muito bem descrever minha relação com escrever sobre astrologia, ainda mais sobre as questões poéticas. Fui muito influenciada pela minha professora, mestra e colega astróloga Letícia Helena que também deu o nome como astróloga escrevendo poeticamente sobre os céus dos dias. Acho a escrita da Letícia muito mais vigorosa, vivaz e de redenção, digna de um Mercúrio conjunto a Vênus em Peixes. Acho que eu sou mais dura nas minhas palavras que fazem cenários buscando explicações para a existência. Escrever a partir do céu me parece infinito como o universo porque as referências, metáforas, mitologias e elementos são muito, mas muito diversos. É possível se demorar em descrever um elemento, ou desfiar uma mitologia específica, ou trazer alguma curiosidade histórica sobre dado ritual associado a alguma divindade que dá nome de um planeta…isso é ser astrólogo, isso é desvendar o oráculo. A astrologia é um mar onde meu Mercúrio em Peixes pode nadar. haha Não à toa minha página do Facebook, desativada, chamava-se Mar dos Cosmos.
Acontece que escrever a partir do mapa de alguém exige uma outra delicadeza. Eu sempre escrevo mapas porque todos os mapas que atendo tem um bloco de anotações, mas são traduções e eu tento ser o mais bem explicativa possível. Nessas horas acho que a metáfora é uma ferramenta, mas uma leitura totalmente metafórica deixa o consulente na deriva. Afinal ele não é obrigado a desvendar charadas, às vezes é só dizer sim ou não mesmo. Inclusive me irrita leituras extremamente poéticas, acho que é uma forma de fugir da capacidade assertiva da previsão. Mas escrever poeticamente um mapa não é uma previsão (talvez até seja, né?), é como contar uma fábula a partir do oráculo de nascimento de alguém. Todo mapa conta uma história que pode ser traduzida de forma tão literal que pareça uma bula de remédio, mas pode também ter histórias, devaneios e os símbolos de uma terra tão tão distante ou de seres mitológicos que podem ter muito a ver com a gente. Amo ter a ver com centauros, peixes e cabras. Com os elementos, com as divindades e as estações do ano. Me sinto parte integrada de uma explicação que dá conta de por beleza nessa existência.
Sabe?
Recentemente uma consulente que tinha gostado muito do meu texto sobre o mapa do Galileu Galilei perguntou se eu faria o serviço de fazer a mesma leitura poética do mapa dela. Eu topei. Depois de muitos anos que eu não fazia isso, arrisquei fazer.
É claro que o print do feedback é uma vendeção do meu peixe (o Mercúrio? risos) feat massageada no ego, mas é também eu dando retorno de um processo criativo que eu sei que faço muito bem e que pensei por que não? Anunciei no Instagram, mais gente se interessou, fiz e aparentemente tem sido do agrado da galera. Só que mais do que isso é uma conexão bem massa e bonita que traço com o destino de escrever sobre aquilo que é da natureza dos símbolos. Sou muito atraída pela simbologia e rituais da vida, então nesses textos trouxe referências artísticas, musicais e todas as imagens que me vem a cabeça.
E acho que fica aí um segredo sobre minhas leituras de mapa: quase sempre os mapas desvelam imagens na minha cabeça. Um rio que corre rápido e límpido. Um caçador perdido. Um cachorro leal. Uma árvore forte. E todas as dinâmicas que estes personagens tem dentro de uma narrativa que formam a metáfora da vida de uma pessoa. É muito legal poder imaginar a vida de forma metafórica. A gente faz isso o tempo todo, né? Hoje em dia são os memes, mas ainda não vou fazer isso com a história de vida de vocês! Hahahah
Se sua vida fosse um pequeno conto, como este conto seria?
bom, a essa altura vocês já entenderam: encomendas abertas para escrita poética do seu mapa astral. pra quem é meu cliente, é R$ 200. pra quem quer a leitura avulsa é R$ 250 pois vou ter um pequeno trabalhinho de interpretação do mapa. interessados me escrevam no mardoscosmos@gmail.com
e quem quiser leituras mais assertivas, objetivas, mas com toques de poesia, claro, que não sou nenhuma safada (sou), agenda aberta com horários disponíveis para leitura de mapa astral e previsões. só clicar neste link.
vamos estudar astrologia em 2025? nível básico, nível médio, nível avançado, tem para todos os gostos e com tempo suficiente pra você se planejar. clica aqui pra receber mais informações sobre.
um beijo e até a próxima,
Bárbara.
Ainda estou apaixonada pela sua escrita sobre o meu mapa. Estou pensando como enquadrar, como transformar em outra arte junto com a referência visual que você mandou. Mas agora que você disse que "vê imagens" à medida que lê/escreve, eu to pensando que você devia oferecer o serviço de entregar pra pessoa um mapa visual, um documentário, um curta, uma animação artística de vários elementos visuais hahahah já quero!
De novo: façam, gente! É lindo a gente poder se ver pelos olhos de outra pessoa (talentosa, claro!) de maneira poética, mitológica, bonita... é um presente, de verdade, num mundo em que a gente se cobra tanto e muitas vezes só vê os próprios defeitos e dificuldades.