Eu estava ansiosíssima pra fazer essa edição, afinal Mercúrio em Peixes é o posicionamento natal do meu mapa, mas também porque a convidada ilustre é ninguém menos do que a responsável por me introduzir na arte da Astrologia Tradicional: a astróloga Letícia Helena!
Foi muito maneiro conversar sobre esse posicionamento que temos em comum que, modéstia parte, vejo como um dos principais indicadores do meu mapa para que eu trabalhe com Astrologia e me interesse pelo universo das práticas oraculares.
Mercúrio é a forma como se estabelecem os pensamentos, as comunicações e as mensagens a serem transmitidas. A comunicação sempre me instigou, acho que justamente por ter facilidade em falar, escrever e dizer, mas não necessariamente a facilidade de fazer isso da forma mais limpa possível. Talvez por isso me coube tão bem a Astrologia, uma linguagem metafórica e simbólica que tem um universo de possibilidades de interpretações e diferentes pontos de vista que podem ser colocados à mesa na hora de comunicar. Conto bem uma história, floreio detalhes, faço dramas cênicos, mas sei que isso, do ponto de vista mercurial, é um drama adicional.
Para Mercúrio, uma mensagem transmitida é direta e reta ao ponto, e por essa razão que Peixes é a queda de Mercúrio. Se explica pelo devaneio, por dar muitas voltas, apresentar diferentes perspectivas, afinal, é um cardume de peixes falando todos ao mesmo tempo. Porém, quando todos esses peixes se organizam e formam um uníssono, eles são capazes de apresentar a síntese do oceano: profundo, denso, um tanto turvo, porém instigante. É um Mercúrio a serviço de Júpiter, não à toa Mercúrio em Peixes tem mais intimidade com filosofias sobre a vida, religiões, credos e toda forma de unir esses Peixes em torno de um assunto comum. Mercúrio é fragmento, Júpiter é coesão. Um Mercúrio em Peixes precisa acreditar no que pensa e no que diz para que faça sentido seu raciocínio. Um certo apego passional, mas como as águas também capaz de dissolver e flexibilizar por meio da alteridade.
Nesse sentido, às vezes a comunicação falha em ser direto ao ponto, afinal para Peixes existem muitos pontos. Não é binário, não é lógico, nem sempre racional. Gosto muito de lembrar que Darwin só criou a teoria da evolução das espécies - um raciocínio hoje em dia considerado lógico - porque ele olhou para um fóssil e imaginou: será que esse animal que vemos hoje já foi diferente há mil anos atrás? O que hoje é posto como lógica um dia foi imaginado por alguém.
Obrigada Letícia, não só pelo papo, mas por partilhar conosco seu conhecimento de quem há muito vem nadando nas profundezas destes saberes!
Letícia Helena é astróloga e Mestra em Ciências da Religião. Você a encontra pela sua página aqui no substack e também no instagram, só clicar nos hiperlinks.
Recomendo a primeira temporada do podcast Vinte Mil Léguas pra ver como o pensamento de Darwin se desenrolou. Uma aula de Mercúrio em Peixes!
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um beijo e até a próxima!
Bárbara.
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